Senadores da oposição protocolaram em 23 de dezembro um novo pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, diretamente ligado ao "caso Master". O documento acusa Moraes de advocacia administrativa, conflito de interesses e uso indevido de sua influência para favorecer o Banco Master em tratativas com o Banco Central, em meio a uma operação de liquidação da instituição por suspeitas de fraude. A petição destaca uma reunião do ministro com o presidente do BC, Galípolo, no dia da prisão do dono do banco, Daniel Vorcaro, e menciona vínculo contratual da esposa de Moraes, Viviane Barci, com a instituição.
O "caso Master" ganhou repercussão após reportagem do jornal O Globo em 22 de dezembro, revelando supostas intervenções de Moraes para aprovar negócios pendentes e obter informações sobre investigações, configurando, segundo os senadores, crimes de responsabilidade como improbidade e extrapolação de poderes. O pedido foi endereçado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, exigindo análise de admissibilidade e formação de comissão especial para instrução probatória. Moraes rebateu em nota, afirmando que a reunião tratou apenas de sanções da Lei Magnitsky.
Esse é o mais recente de uma série de requerimentos contra Moraes, que acumula mais de 40 pedidos de impeachment no Senado desde 2021, nenhum pautado até o momento. Aliados de Moraes classificam a ação como manobra oposicionista. A tramitação depende de Alcolumbre, que pode arquivar ou instalar o processo, demandando 2/3 dos senadores (54 votos) para condenação final.