A Rússia fez uma proposta à França em relação ao pesquisador francês Laurent Vinatier, preso desde junho de 2024 e condenado a três anos de prisão por não se registrar como "agente estrangeiro". O Kremlin, por meio de seu porta-voz Dmitry Peskov, confirmou nesta quinta-feira, 25 de dezembro, que contatos foram estabelecidos com Paris para discutir o caso, deixando a decisão agora nas mãos das autoridades francesas. Vinatier enfrenta ainda acusações adicionais de espionagem por coletar informações sobre o Exército russo.
A condenação inicial ocorreu em outubro de 2024 pelo Tribunal Distrital de Zamoskvoretsky, em Moscou, após Vinatier admitir culpa por violar leis russas sobre atividades estrangeiras, que preveem até cinco anos de prisão. O pesquisador, de 48 anos, foi detido em um restaurante na capital russa por agentes do FSB, com gravações de reuniões usadas como prova contra ele. A França qualificou a prisão como arbitrária e parte de uma campanha de desinformação, com o presidente Emmanuel Macron negando qualquer vínculo oficial com Vinatier.
A proposta russa não teve detalhes divulgados publicamente, mas surge em meio a tensões diplomáticas agravadas pelo conflito na Ucrânia, área de atuação do pesquisador. Peskov afirma que Moscou agiu de forma construtiva nos contatos bilaterais, enquanto Paris continua exigindo a libertação imediata e criticando as leis de "agentes estrangeiros" como violadoras de liberdades fundamentais. Até o momento, não há resposta oficial francesa à oferta.