Prefeito de Diadema é condenado por fala sobre Marcola, assessor de Lula

A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou o prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), a seis meses e 25 dias de detenção em regime inicial aberto, além de dez dias-multa, pelos crimes de difamação e injúria eleitoral contra Marco Aurélio Santana Ribeiro, conhecido como Marcola, chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi proferida pela 258ª Zona Eleitoral da capital paulista e cabe recurso.

O episódio ocorreu durante um debate eleitoral em agosto de 2024, quando Yamauchi afirmou que o Brasil sofria com o crime organizado e que "inclusive o tal de Marcola, lá de Brasília, de forma irregular, mandou dinheiro aqui pra Diadema", insinuando ligação da vítima com recursos ilícitos. A juíza Clarissa Rodrigues Alves destacou que o uso do apelido "Marcola" – notoriamente associado ao líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho – criava uma vinculação ao crime organizado, ultrapassando os limites da crítica política em transmissão ao vivo.

A defesa do prefeito argumentou que se tratava de crítica genérica sem intenção ofensiva, reproduzindo informações da imprensa. No entanto, a magistrada rejeitou substituição da pena por medidas alternativas. Essa condenação criminal soma-se a uma derrota anterior na esfera cível, em abril de 2025, quando Yamauchi foi obrigado a pagar R$ 14 mil por danos morais a Marcola, por ofensa à honra e imagem. A prefeitura de Diadema não se manifestou sobre a sentença recente.