A Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio do procurador-geral Paulo Gonet, solicitou ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão por tempo indeterminado da acareação marcada no inquérito sobre supostas irregularidades na tentativa de venda do Banco Master ao BRB. Gonet argumentou que o confronto direto entre os investigados seria prematuro nesta fase da apuração, pois os depoimentos individuais ainda não foram colhidos e a análise completa do material da operação não foi finalizada.
Toffoli rejeitou o pedido da PGR cerca de duas horas após sua protocolização, mantendo a audiência para o dia 30 de dezembro de 2025. O ministro entendeu que já existem contradições claras nos elementos coletados pelo inquérito, justificando o ato de ofício sem necessidade de prévia representação da Polícia Federal ou da PGR.
A acareação envolve o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor do Banco Central, Ailton de Aquino. O processo, que corre em sigilo no STF, apura indícios de fraude com criação de créditos inexistentes, gerando rombo estimado em R$ 12 bilhões, levando à liquidação extrajudicial do banco em novembro de 2025. A tentativa de aquisição do Master pelo BRB, anunciada em março e barrada pelo BC em setembro, levanta suspeitas.