Nasry Asfura é confirmado como presidente de Honduras

Nasry Asfura, candidato conservador do Partido Nacional de Honduras, foi eleito presidente após uma eleição marcada por controvérsias em 30 de novembro. O anúncio oficial veio apenas em 24 de dezembro, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou sua vitória com 40,3% dos votos, superando por pouco Salvador Nasralla, do Partido Liberal, que obteve 39,5%. Asfura, conhecido como "Tito", é ex-prefeito de Tegucigalpa e filho de imigrantes palestinos, com 67 anos na época da eleição.

A eleição enfrentou semanas de atrasos devido a problemas técnicos no sistema de apuração, denúncias de fraude e a necessidade de contagem manual de cerca de 15% das atas eleitorais, que representavam centenas de milhares de votos. O CNE pausou a contagem em vários momentos, incluindo uma interrupção de cinco dias, gerando protestos e desconfiança pública. Candidatos como Nasralla e representantes do partido governista LIBRE questionaram a integridade do processo, exigindo recontagens totais.

Asfura recebeu apoio explícito do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o endossou no fim de novembro, posicionando-o como um aliado conservador em meio a tensões regionais. Seu partido, o Nacional, carrega o estigma da condenação do ex-presidente Juan Orlando Hernández por narcotráfico, e Asfura já enfrentou acusações de desvio de fundos. Apesar disso, ele se impôs na segunda tentativa presidencial, em um pleito apertado contra Nasralla e Rixi Moncada, do LIBRE, que ficou em terceiro com cerca de 20%.

A vitória de Asfura encerra o governo de esquerda de Xiomara Castro, marcada por investimentos sociais, mas criticada por altos níveis de pobreza persistentes e lentidão econômica. Honduras agora se prepara para a transição, com Asfura prometendo estabilidade em um país historicamente volátil.