Tarique Rahman, líder interino do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP) e filho da ex-primeira-ministra Khaleda Zia, retornou ao país após 17 anos de exílio autoimposto em Londres, sendo recebido por milhares de apoiadores em Dhaka no dia 25 de dezembro. Multidões entusiasmadas marcharam desde a manhã em direção ao Aeroporto Internacional Hazrat Shahjalal, carregando cartazes e bandeiras, com o BNP planejando um comício de até 5 milhões de pessoas para celebrar o evento. Rahman chegou acompanhado da esposa Zubaida e da filha Zaima, acenando para os fãs sob forte esquema de segurança.
O retorno ocorre em um momento crucial, com eleições marcadas para 12 de fevereiro de 2026 sob o governo interino de Muhammad Yunus, após a queda de Sheikh Hasina em 2024 por protestos estudantis. Pesquisas indicam o BNP como favorito, com Rahman posicionado como principal candidato a primeiro-ministro. O líder prometeu apoiar reformas e buscar paz, contrastando com o histórico de alternância de poder entre BNP e Liga Awami.
Motivações pessoais impulsionaram a decisão, incluindo a grave doença de Khaleda Zia, de 80 anos, hospitalizada há meses, com Rahman planejando visitá-la logo após o desembarque. Durante o exílio desde 2008, ele dirigiu o partido remotamente, elegendo-se vice-presidente sênior em 2009 e coordenando oposição à Hasina. Imagens virais de sua partida de Heathrow geraram expectativa, simbolizando o renascimento do BNP após anos.
O episódio testa a estabilidade política em Bangladesh, com 175 milhões de habitantes, em meio a tensões recentes como ataques a veículos de imprensa e violência esporádica. Partidos emergentes como o National Citizen Party veem o retorno positivamente, como símbolo de democracia, enquanto o governo interino coordena segurança para evitar distúrbios.