O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, decretou estado de emergência econômica e social por 30 dias em 22 de dezembro, após o Congresso rejeitar uma reforma tributária essencial para financiar o orçamento de 2026. Formalizado pelo Decreto 1390, a medida visa fechar um déficit fiscal de 16,3 trilhões de pesos (cerca de US$ 4,2 bilhões), que deve superar 7% do PIB em 2025, um dos mais altos em décadas. Petro e seu gabinete argumentam que há uma "situação grave e iminente" ameaçando a estabilidade fiscal e direitos fundamentais como saúde e ordem pública.
Entre as medidas está um novo imposto sobre patrimônio com alíquotas progressivas de 0,5% a 5% para empresas e sociedades, além de IVA de 19% em jogos de azar online e aumentos em tributos sobre licores, cigarros e vaporizadores. O ministro Armando Benedetti e Petro reforçaram que a carga recai sobre "mega-ricos e megamilionários", poupando a classe média.
A oposição e o mercado reagiram com críticas veementes, questionando a constitucionalidade do decreto. O pré-candidato Abelardo de la Espriella acionou a Corte Constitucional, alegando falta de justificativas para emergência. Bruce Mac Master, da ANDI, chamou a medida de "preocupante" e atribuiu o problema ao "gasto desbordado" do governo.
A agência Fitch rebaixou a nota de crédito da Colômbia para BB em 16 de dezembro, devido aos déficits persistentes. A Corte Constitucional, em recesso, pode convocar sessão extraordinária para julgar o caso, como fez em 2023 ao derrubar emergência similar de Petro para La Guajira.