O governo israelense aprovou no domingo a criação de 19 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada, o que elevará o total de 141 para 210, segundo o ministro das Finanças Bezalel Smotrich e o grupo Peace Now. Essa decisão representa um aumento de quase 50% nos assentamentos e inclui dois locais previamente evacuados em 2005. Smotrich afirmou explicitamente que o objetivo é impedir a criação de um Estado palestino, chamando-o de "Estado terrorista palestino". Todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia são considerados ilegais pelo direito internacional.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a expansão de assentamentos em relatório ao Conselho de Segurança. Ele afirmou que a atividade alimenta tensões, impede o acesso palestino à terra e ameaça a viabilidade de um Estado palestino independente e contíguo. A Autoridade Palestina também denunciou a medida como violação do direito internacional e tentativa de apagar a geografia palestina.
A aprovação ocorre em meio a esforços dos EUA para avançar um cessar-fogo em Gaza, em vigor desde outubro, que inclui uma possível "via" para um Estado palestino. Mais de 500 mil israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia, ao lado de cerca de três milhões de palestinos. A violência na região disparou desde a guerra em Gaza, iniciada em outubro de 2023, com pelo menos 1.027 palestinos mortos por tropas israelenses, segundo contagem da Agence France-Presse.