EUA acusa Europa de censurar redes sociais e cancela vistos em resposta

O presidente francês Emmanuel Macron criticou veementemente a proibição de vistos imposta pelos Estados Unidos a Thierry Breton, ex-comissário europeu, e a outros quatro cidadãos europeus envolvidos no combate à desinformação online. Macron descreveu as medidas como "intimidação e coerção contra a soberania digital europeia", destacando que a Lei de Serviços Digitais (DSA) foi aprovada democraticamente pelo Parlamento Europeu e pelos Estados-membros. Ele enfatizou que as regras digitais da UE visam garantir concorrência leal entre plataformas e proibir online o que é ilegal offline.

A decisão dos EUA, anunciada pela administração Trump em 23 de dezembro, acusa Breton e os demais de censura contra redes sociais americanas, especialmente por meio da DSA, que regula gigantes de tecnologia como Meta e X. O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noel Barrot, reforçou a condenação, chamando a restrição de inaceitável e defendendo a liberdade de expressão como valor compartilhado. Breton, que foi ministro das Finanças da França e comissário do Mercado Interno da UE de 2019 a 2024, reagiu no X questionando se se tratava de uma "caça às bruxas à la McCarthy".

A União Europeia e países como Alemanha também condenaram as sanções, com a Comissão Europeia afirmando que elas violam princípios democráticos e a liberdade de expressão. Macron telefonou pessoalmente a Breton para agradecer sua contribuição à Europa e reafirmar a autonomia estratégica do bloco. Essa controvérsia surge em meio a tensões transatlânticas sobre regulação digital.