El Salvador anuncia penas de até 1.300 anos para 248 membros de gangues

El Salvador anunciou recentemente sentenças de prisão para 248 membros de gangues, com penas que chegam a até 1.300 anos para alguns líderes, como parte da ofensiva contínua do presidente Nayib Bukele contra o crime organizado. O anúncio ocorreu no domingo, 21 de dezembro, destacando condenações cumulativas por múltiplos crimes como homicídios, extorsões e tráfico de drogas, impostas a membros das gangues MS-13 e Barrio 18. Essa medida reforça o regime de exceção em vigor desde 2022, que já resultou na detenção de mais de 88 mil suspeitos.

As penas extremas refletem reformas legislativas aprovadas pelo Congresso controlado pelo partido de Bukele, que aumentaram as sentenças para líderes de gangues de 6-9 anos para 40-45 anos, e para outros membros de 3-5 anos para 20-30 anos, além de reduzir a idade de responsabilidade criminal para 12 anos. Os réus foram julgados em massa, com o governo justificando as condenações como necessárias para impedir a volta das gangues às ruas. Críticos, incluindo Human Rights Watch e Anistia Internacional, denunciam violações de direitos humanos, como detenções sem julgamento por até sete anos e alegações de tortura.

O impacto dessa operação é significativo na redução da violência em El Salvador, onde homicídios caíram drasticamente desde março de 2022, após uma onda de 76 assassinatos em 48 horas. Bukele, reeleito em fevereiro de 2025 com ampla maioria apesar de proibições constitucionais, mantém alta popularidade por sua "guerra às gangues". No entanto, organizações internacionais relatam pelo menos 433 mortes em custódia e prisões arbitrárias de inocentes.

A estratégia de Bukele inclui mega prisões como o Centro de Confinamento de Terroristas em Tecoluca, que recentemente recebeu deportados dos EUA, enviados pelo presidente Donald Trump.