O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a realização de uma acareação entre Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), e Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central. A medida visa esclarecer contradições em depoimentos sobre uma suposta fraude de R$ 12,2 bilhões na venda do Banco Master ao BRB, envolvendo carteiras falsas de crédito consignado. A audiência está marcada para 30 de dezembro de 2025, via videoconferência, durante o recesso judiciário.
Toffoli assumiu a relatoria do caso em 3 de dezembro, transferindo a investigação da Polícia Federal para o STF após pedido da defesa de Vorcaro. Em 15 de dezembro, o ministro já havia ordenado oitivas de investigados e dirigentes do Banco Central em até 30 dias, além de autorizar quebras de sigilo. A operação da PF, deflagrada em novembro, apontou contratos falsos de R$ 6,7 bilhões e prêmios de R$ 5,5 bilhões na negociação aprovada pelo conselho do BRB em março, mas barrada pelo BC em setembro.
A acareação foi determinada de ofício por Toffoli, sem solicitação prévia da PF, para confrontar as versões dos envolvidos nos núcleos da fraude: Vorcaro na venda do banco, a cúpula do BRB na aquisição e o BC na fiscalização. O processo tramita em sigilo, com Toffoli confirmando decisões de primeira instância e validando provas colhidas.