A China anunciou tarifas provisórias de até 42,7% sobre importações de produtos lácteos da União Europeia, com taxas variando entre 21,9% e 42,7%, aplicadas a partir de 23 de dezembro de 2025. O Ministério do Comércio chinês justificou a medida com base em uma investigação iniciada em agosto de 2024, alegando que subsídios europeus, como incentivos a agricultores em países como Irlanda, Itália e França, prejudicaram produtores locais. As tarifas incidem sobre itens como queijos frescos, processados, leite e natas.
A decisão preliminar concluiu que as importações entre abril de 2023 e março de 2024 causaram danos significativos à indústria láctea chinesa. A França, principal exportadora de lácteos para a China, é o país mais impactado, seguida por Itália, Dinamarca, Países Baixos e Espanha, conforme dados da alfândega chinesa. A medida ocorre em meio a tensões comerciais crescentes, após tarifas europeias sobre veículos elétricos chineses chegarem a até 37,6%.
Essa ação segue uma série de retaliações, incluindo tarifas de até 19,8% sobre carne suína europeia impostas no início de dezembro de 2025, também por suposta concorrência desleal. A Comissão Europeia contestou as acusações em setembro de 2024 na OMC, argumentando falta de provas suficientes, conforme declaração do comissário Valdis Dombrovskis. Analistas veem as tarifas como resposta às políticas protecionistas de Bruxelas, apesar de Pequim negar ligações diretas.
As tarifas provisórias podem evoluir para definitivas após a conclusão da investigação, afetando exportações da UE avaliadas em cerca de 1,7 bilhão de euros em 2023. Produtores europeus enfrentam agora pressão adicional em um mercado chinês já desafiador, enquanto a China reforça proteções à sua indústria doméstica. Entidades setoriais pedem negociações urgentes para mitigar impactos econômicos bilaterais.